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Feira do Livro

A Feira do Livro de Santa Cruz, que terá a sua terceira edição de 23 a 28 de abril, pretende ser, pela mão da poeta e jornalista, Filipa Leal, um hino à literatura nas suas diversas formas e manifestações. A literatura que se lê, a literatura que se diz, a literatura que se canta, a que se transforma em cinema, a que se desenha. Todas elas contam histórias, todas elas falam de nós e para nós, todas elas giram em redor dessa coisa tão simples e afinal tão extraordinária que é estarmos vivos, estarmos sempre em estado de espanto com o mundo, de sermos uma questão constante, de trazermos em nós uma certa revolução intranquila e, ainda assim, feliz, porque viva. 

A nossa convidada deste ano, a poeta Filipa Leal, incorpora na sua poesia tudo isto, porque a sua obra devolve-nos um retrato das nossas inquietações, mas também das pequenas e grandes maravilhas, dos pequenos e grandes desastres, das alegrias, das perdas, das desilusões e novamente da esperança, tornando-os numa espécie de máquina que nos desdobra e que, dessa forma, nos devolve, com eficácia, a nossa própria imagem.  

A poesia de Filipa Leal desce a nós para, desse lugar, nos elevar a um ponto mais alto, onde tudo se torna mais nítido e belo, mesmo quando profundamente triste. 

É uma poesia do quotidiano, dos dramas de várias gerações, da Europa e da sua desilusão, da guerra, do desemprego, do medo do escuro, do luto, da infância como lugar perene, mas também da alegria e da esperança. Enfim, da vida e de tudo o que ela encerra.  

Por isso, e pedindo de empréstimo uma frase do Poema Vem à Quinta Feira, do livro homónimo de Filipa Leal, transformamos “ouvir é a maneira mais pura de calar”, em Cantar é a maneira mais pura de Contar, fazendo desta III Feira do Livro de Santa Cruz o mesmo lugar de espanto e de questionamento da poesia, da literatura, da música, do cinema, da arte em geral como lugar de salvação e revolução. 

Uma esperança necessária no ano em que a Revolução de Abril celebra os seus 50 anos, aos quais a Feira do Livro de Santa Cruz se volta a associar, em comemoração, mas também em lucidez e exigência de um tempo melhor.

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